Campanha Ana:
Mirian, De modo geral, o que é participação infanto juvenil?
Mirian Fonseca:
Participação Juvenil para mim é protagonizar os jovens, adolescentes e
crianças, é coloca-los no centro do debate, no centro da discussão. E além de
estar no centro da discussão, é elas e eles estar envolvidas diretamente. Tem
uma onda equivocada que observo muito sobre essa discussão de participação é
que muitas pessoas e Instituições querem colocar a participação juvenil penas
para poder cumprir uma regra de que precisa ter a participação Juvenil. Mas na
verdade precisa ser efetiva, ou seja protagonizar esses jovens de forma
efetiva, é você dar possibilidades reais a esses adolescentes e jovens, onde
possam se desenvolver, montar, criar e abrir possibilidade de milhões de outras
coisas e que esse protagonismo seja de modo verdadeiro. Ou seja protagonismo é
dar autonomias a esses jovens no debate.
EU mesmo não consigo transforma nada, se não tiver com outros jovens,
quanto mais eu junto a outras crianças e adolescentes estamos empoderados e
tendo acesso efetivo a essa participação, mais geramos transformações pelo
mundo.
C. Ana: Existe um
ideal de participação juvenil que é produzido pelas organizações e movimento de
defesa dos direito de criança e adolescentes, pode falar um pouco sobre esse
ideal e como ele impacta na participação dos adolescentes e jovens?
M. F: Essa
pergunta é muito interessantes, pois existe sim essa onda de que é importante o
protagonismo e a participação delas e deles, quando na verdade a preocupação é
só de cumpri a regra de ter essa representação. O problemas é que não se pensa
a criança, o adolescentes e jovens e quais sãos os desafios que elas e eles
enfrentam para chegarem a participar. Não se pensa que esse jovem tem uma vida
para além da militância. Para mim foi um
desafio conciliar militância e estudos. É um grande desafio versos o desejo
enorme de querer fazer as coisas, contribuir com a transformação, mas você não
tem um transporte, um recurso pra lanche ou comprar um material para desenvolver
uma atividade, daí você não tem condições de protagonizar nada, fazer com que
sua participação seja efetiva se você não tem esses apoios. Esse é um grande desafio que adolescentes e
jovens enfrentam, e as crianças de forma ainda mais escancarada por que além de
sempre ter alguém falando por elas ainda tem a questão da tutela do adulto que
é importante, mas que tem hora que diminuem a voz delas. Esse é um outro desafio das vozes serem
ouvidas e consideradas. Além dos outros
apoios, afetivos, psicológicos precisa ser considerados e são para além dos
jovens estarem lá participando no movimento.
C. Ana: No seu
modo ver, quais são os principais desafios em relação a participação de
adolescentes e jovens?
M. F.: Os principais desafios para mim são os apoios
financeiro para transportes, nem digo para além disso. A onda da alimentação e do emocional. E a
dimensão do emocional é importante pois
estamos lidando com pessoas que estão
em face de desenvolvimento. O apoio na área do conhecimento seja acadêmico, na
escola, pois para que adolescentes e jovens estejam no centro do debate ter
acesso a diferentes conhecimentos é importante. Acredito que precisamos pensar
não só na faixa etária criança, adolescente e jovens, mas sim o ser humano em
desenvolvimento e a participação é uma parte importante desse processo de
desenvolvimento.
C. Ana: De que
maneira as entidades que atendem crianças e adolescentes podem contribuir com a
autonomia e pertencimento deles e delas, em relação a intervenção nos espaço de
construção e decisão das políticas públicas?
M. F.: Uma maneira é que as organizações
trabalhem para que meninas e meninos estejam lá nesses espaços. Fortalecer a
redes já existentes de adolescentes e oportunizar a criação de outras redes.
Forma meninas e meninas sobre as possibilidades de atuação nesses espaços. Não
são lugares fácil,
mas possível dessa participação acontecer. É adotar um
pensamento que crianças e adolescentes são capazes e podem contribuir de forma
efetiva no que está sendo construindo para a proteção delas e deles e garantia
dos direitos, por isso ouvir de meninas e menina o que pesam sobre isso é muito
importante.
C. Ana: Como as
criança e adolescentes pode ser incentivados a contribuir na luta contra a
violação dos direitos sexuais?
M. F.: Eu
acredito que uma comunicação entre pares é um caminho. Por exemplo eu consigo falar com pessoas da
minha idade, crianças conseguem conversar com outras crianças e etc ... Mas
para isso é preciso que esses grupos saibam sobre seu corpo e o que sinaliza
essa violação. Podem ser incentivados a partir do aprendizado do que é direitos
sexuais, do conhecimento dos limites dos seus corpos daí conseguem a passar a
ser agentes de transformação e disseminação desse conhecimento.
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