quinta-feira, 19 de julho de 2018

Participar para transforma - Entrevista com Mirian Fonseca


Campanha Ana: Mirian, De modo geral, o que é participação infanto juvenil?

Mirian Fonseca: Participação Juvenil para mim é protagonizar os jovens, adolescentes e crianças, é coloca-los no centro do debate, no centro da discussão. E além de estar no centro da discussão, é elas e eles estar envolvidas diretamente. Tem uma onda equivocada que observo muito sobre essa discussão de participação é que muitas pessoas e Instituições querem colocar a participação juvenil penas para poder cumprir uma regra de que precisa ter a participação Juvenil. Mas na verdade precisa ser efetiva, ou seja protagonizar esses jovens de forma efetiva, é você dar possibilidades reais a esses adolescentes e jovens, onde possam se desenvolver, montar, criar e abrir possibilidade de milhões de outras coisas e que esse protagonismo seja de modo verdadeiro. Ou seja protagonismo é dar autonomias a esses jovens no debate.  EU mesmo não consigo transforma nada, se não tiver com outros jovens, quanto mais eu junto a outras crianças e adolescentes estamos empoderados e tendo acesso efetivo a essa participação, mais geramos transformações pelo mundo. 

C. Ana: Existe um ideal de participação juvenil que é produzido pelas organizações e movimento de defesa dos direito de criança e adolescentes, pode falar um pouco sobre esse ideal e como ele impacta na participação dos adolescentes e jovens?

M. F: Essa pergunta é muito interessantes, pois existe sim essa onda de que é importante o protagonismo e a participação delas e deles, quando na verdade a preocupação é só de cumpri a regra de ter essa representação. O problemas é que não se pensa a criança, o adolescentes e jovens e quais sãos os desafios que elas e eles enfrentam para chegarem a participar. Não se pensa que esse jovem tem uma vida para além da militância.  Para mim foi um desafio conciliar militância e estudos. É um grande desafio versos o desejo enorme de querer fazer as coisas, contribuir com a transformação, mas você não tem um transporte, um recurso pra lanche ou comprar um material para desenvolver uma atividade, daí você não tem condições de protagonizar nada, fazer com que sua participação seja efetiva se você não tem esses apoios.  Esse é um grande desafio que adolescentes e jovens enfrentam, e as crianças de forma ainda mais escancarada por que além de sempre ter alguém falando por elas ainda tem a questão da tutela do adulto que é importante, mas que tem hora que diminuem a voz delas.  Esse é um outro desafio das vozes serem ouvidas e consideradas.  Além dos outros apoios, afetivos, psicológicos precisa ser considerados e são para além dos jovens estarem lá participando no movimento.  

C. Ana: No seu modo ver, quais são os principais desafios em relação a participação de adolescentes e jovens?

 M. F.: Os principais desafios para mim são os apoios financeiro para transportes, nem digo para além disso.   A onda da alimentação e do emocional. E a dimensão do emocional é importante pois  
estamos lidando com pessoas que estão em face de desenvolvimento. O apoio na área do conhecimento seja acadêmico, na escola, pois para que adolescentes e jovens estejam no centro do debate ter acesso a diferentes conhecimentos é importante. Acredito que precisamos pensar não só na faixa etária criança, adolescente e jovens, mas sim o ser humano em desenvolvimento e a participação é uma parte importante desse processo de desenvolvimento.

C. Ana: De que maneira as entidades que atendem crianças e adolescentes podem contribuir com a autonomia e pertencimento deles e delas, em relação a intervenção nos espaço de construção e decisão das políticas públicas?

 M. F.: Uma maneira é que as organizações trabalhem para que meninas e meninos estejam lá nesses espaços. Fortalecer a redes já existentes de adolescentes e oportunizar a criação de outras redes. Forma meninas e meninas sobre as possibilidades de atuação nesses espaços. Não são lugares fácil,   
mas possível dessa participação acontecer. É adotar um pensamento que crianças e adolescentes são capazes e podem contribuir de forma efetiva no que está sendo construindo para a proteção delas e deles e garantia dos direitos, por isso ouvir de meninas e menina o que pesam sobre isso é muito importante.

C. Ana: Como as criança e adolescentes pode ser incentivados a contribuir na luta contra a violação dos direitos sexuais?

M. F.: Eu acredito que uma comunicação entre pares é um caminho.  Por exemplo eu consigo falar com pessoas da minha idade, crianças conseguem conversar com outras crianças e etc ... Mas para isso é preciso que esses grupos saibam sobre seu corpo e o que sinaliza essa violação. Podem ser incentivados a partir do aprendizado do que é direitos sexuais, do conhecimento dos limites dos seus corpos daí conseguem a passar a ser agentes de transformação e disseminação desse conhecimento.


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